Ewerton Falk

O assunto é planejamento urbano

Conforme anunciamos na última coluna, vamos abordar nesta um dos temas mais caro e complexos e, acima de tudo, um importante instrumento para atingirmos a grande meta humana de uma sociedade que é o desenvolvimento sustentável. Vamos falar sobre planejamento urbano, ou seja, sobre o lugar onde vivemos, que tem que ser prazeroso e com o horizonte para o futuro.


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Acompanhando uma tendência mundial, nosso município vem, ao longo dos anos, tendo uma urbanização exponencial. Segundo dados estatísticos, em 1940, tínhamos 44,85% da população vivendo na zona rural e 55,15%, em área urbana totalizando 75.592 habitantes. Em 2010, segundo dados do IBGE, apenas 4,86% dos moradores residiam na zona rural e 95,14% estavam concentrados na área urbana num total de 261.031 pessoas.


Qual o propósito do planejamento urbano?

 
O planejamento urbano busca desenvolver processos e soluções que envolvem a criação de novas áreas, além disso também cria melhorias para as condições urbanas já existentes, e esse último é o mais desafiador, tudo sempre com foco na qualidade de vida dos cidadãos.

 
É o ponto central das discussões sobre o futuro dos municípios e da mobilidade urbana no século 21. É a partir do planejamento urbano que os municípios são reconstruídos, pois, por meio da ordenação territorial, é que os cidadãos conseguem se reconectar com os espaços onde vivem.


De forma resumida, o planejamento urbano está ligado na estruturação e no uso dos municípios pelos cidadãos.


Qual o objetivo do planejamento urbano?

 
Então, o planejamento urbano tem por objetivo pensar e construir espaços que reduzam os problemas oriundos da urbanização como, por exemplo, poluição, congestionamentos, impactos ecológicos, espaços urbanos vazios, entre outros.

 
Também tem por obrigação prever o futuro, analisar as tendências, cenários políticos, comportamento social. Isso exige que os profissionais que atuam na área tenham habilidades e visão sistêmica, transitando por diversas áreas do conhecimento, como engenharia, geografia, administração, sociologia, entre outras.

E qual o grande desafio?

 
Poderíamos aqui trazer toda uma contextualização histórica, desde a Grécia antiga, que já discutia planejamento urbano, até o ápice da discussão durante o século 21 quando ocorreu a Revolução Industrial, tornando mais visível a necessidade de haver um olhar mais claro do papel de cada um no ambiente urbano, com desafios sobre a divisão de espaços para uso industrial e residencial.

 
Mas devemos focar na nossa realidade que não é a de criar nova cidade ou novos bairros, mas resolver problemas reais e presentes em nosso município. Como, por exemplo, melhorar o uso dos espaços vazios existentes em muitos bairros da cidade.

 
Temos de tratar da infraestrutura que existe, remanejar e revitalizar os bairros, sem perder o olhar responsável e harmônico entre a preservação do patrimônio histórico e cultural e o desenvolvimento econômico, social e ambiental, ou seja, buscar um círculo virtuoso e sustentável.

 
Atualmente, não podemos descuidar e precisamos entender como lidar com questões climáticas e acessibilidade. Cada vez mais, as cidades necessitam ser inclusivas, seguras e resilientes e voltadas para promover a sustentabilidade.


Dois caminhos precisam de atenção

 
O mundo contemporâneo nos apresenta duas visões de planejamento urbano que devemos nos ater e refletir. A primeira foi abordada pelo arquiteto e urbanista dinamarquês especialista na área, Jan Gehl, que tem uma visão focada na cidade para pessoas, criticando o urbanismo moderno em relação ao fato de privilegiar os carros, deixando de lado o cuidado com a circulação e os espaços para as pessoas desfrutarem dos ambientes urbanos.

 
Por outro lado, o pensador e planejador urbanista canadense, Larry Beasley, foca na questão da verticalização e do adensamento nas áreas centrais, usando o exemplo de Vancouver, Canadá.


Acredito que o nosso município reúne todas as condições de encontrar as soluções para os nossos problemas, porque aqui temos pessoas qualificadas em todas as dimensões da comunidade, temos profissionais qualificados no setor público, temos uma academia de alto nível um conjunto de entidades comprometidas com o bem-estar do município e um povo com boa formação e com consciência de coletividade, mas é claro temos a missão de fazer a conexão entre todos os atores envolvidos e, cada vez mais, fortalecer o sentimento de pertencimento, eu, particularmente, sou um eterno entusiasta e apaixonado pela nossa terra e isso me torna otimista!

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